Do Quintal Da Ternura
De onde vem essa saudade se, sequer, convivência existiu?
O que tem, no noturno rio, para a mergulhadora claridade?
O tempo precisa ter idade ou, simplesmente, do arrepio
pra ver quando, o espaço vazio, não está mais vago, na verdade?
O pensamento é um menino, correndo no quintal da ternura
de encontro com a criatura que chega com cheiro de destino
ao som de um mágico violino...e com gosto de água pura
pra saciar, talvez, a procura de um tal coração peregrino.
O que é encontrado, porém, ainda está imaterial
invisível, embora real...muito próxima, contudo, além
e o pensamento que sabe que tem um limite racional
permanece sozinho no quintal, enquanto a matéria não vem
mas, na sua solidão, ouve alguém (que tem voz sobrenatural)
e que diz, num tom sentimental : "o coração está aqui, também!"
16-10-2013