Do Quintal Da Ternura

De onde vem essa saudade se, sequer, convivência existiu?

O que tem, no noturno rio, para a mergulhadora claridade?

O tempo precisa ter idade ou, simplesmente, do arrepio

pra ver quando, o espaço vazio, não está mais vago, na verdade?

O pensamento é um menino, correndo no quintal da ternura

de encontro com a criatura que chega com cheiro de destino

ao som de um mágico violino...e com gosto de água pura

pra saciar, talvez, a procura de um tal coração peregrino.

O que é encontrado, porém, ainda está imaterial

invisível, embora real...muito próxima, contudo, além

e o pensamento que sabe que tem um limite racional

permanece sozinho no quintal, enquanto a matéria não vem

mas, na sua solidão, ouve alguém (que tem voz sobrenatural)

e que diz, num tom sentimental : "o coração está aqui, também!"

16-10-2013

Torre Três (R P)
Enviado por Torre Três (R P) em 18/10/2013
Reeditado em 10/12/2015
Código do texto: T4530606
Classificação de conteúdo: seguro