Da Saudade

Fiz um acordo com a saudade mensageira

(essa que quer todos os pensamentos, de graça)

que, por pagamento, ela fosse passageira...

tomei calote porque a saudade não passa.

Se sou devedor, é por causa da caloteira

que, às minhas custas, torna-se uma ricaça;

e, se não bastasse, ainda é a herdeira

da melancolia que, de noite, me abraça.

Pra marcar, de novo, na conta da alegria

é necessário, antes, saldar a da tristeza

por isso, vou pedir para a delicadeza

que venha comigo ao banco da poesia

ser a fiadora de uma grande quantia

então, subornarei a saudade, com certeza.

17-10-2013

Torre Três (R P)
Enviado por Torre Três (R P) em 17/10/2013
Reeditado em 10/12/2015
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