Sou aquele poeta.
Sou o poeta brincalhão,
Sempre o mesmo menino
Divertindo-se com destino
Em troca de um coração.
Sou o poeta aprendiz
Que se inspira com tudo,
Que se inspira com nada,
Que respira palavra.
Poeta daquele verso inocente
Esparramado na cachoeira,
Soneto feito em corredeira
Do rio crespo do eternamente.
Aquele poeta que ainda sonha
Com a vida durando pra sempre
Na poesia e olhos não nascidos
E versos que a vida acompanha.
O poeta viúvo, mas não entregue,
Que ainda acredita no sentir,
Gorjeio das palavras a cingir
Aquilo que nem a boca consegue.
Poeta vagando perdido na esquina
Para encontrar uma rima.
O que fez da poesia sua medicina
E essência de sua alma.