O barquinho
Era um barquinho
a flutuar
perdeu o leme, o prumo, o rumo
à deriva, o vento o levava pra lá e pra cá.
Era um barquinho
sozinho
no meio do mar
e o vento soprava
e o levava pra lá e pra cá.
No meio da noite a escuridão.
No meio do dia o sol sem perdão.
Era um pequeno barquinho
naquela vastidão
de um horizonte que o olhar não alcançava
e tentava voltar
como tentava!
Mas o vento o levava pra lá e pra cá
e o empurrava para o alto mar.
Então o barquinho cedeu
e ficou ao doce sabor do vento,
a flutuar
sem resistência e sem lamento.