QUIETUDE...
A noite tem disso:
quando tudo silencia,
balbucia em meus ouvidos
um poema de vento…
E eu que sei desfolhar
quietudes ao sabor
do nada; vou tecendo a
estiagem na dor do dia…
Depois anoiteço.
É que o parto da poesia
rouba-me pelos olhos
uma porção de sangue…
E nem sei se o fruto
da dor fará história.
Talvez, depois que eu
durma o sono eterno!