De uma alma doente

De toda matéria bruta.

De tudo que nasce, mesmo em pedra dura

Do todo pouco que grita

Em toda atmosfera contida

Por toda alma embevecida...

Em todo ser que inspira.

Dita cruel,

Inconsequente

Doentia!

De toda neurótica enraivecida,

De toda doença mal consumida

De todo coração em febre

De toda angina ressurgida,

Em todos os sulcos,

Peles

De toda poética,

Traumática

De toda retórica

desconcertada.

E de todo fluxo

Nas válvulas contidas

cardíacas

Escrevo estes versos

Por esta alma.

Como quem assombra

O cerne desta extrema

Infecção

De nome,

Poesia.

Desta alma desatina,

Desiludida,

E hipocondríaca.

David Castro
Enviado por David Castro em 16/10/2013
Código do texto: T4527590
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