Versos ácidos
Aqui ficam os gritos
De uma alma calada.
Que sente no sufoco
Do corpo exposto
O desafio da amortalha.
Que sente nos
versos ácidos,
a ardência no vocábulo da alma.
Uma parte em dor
é refluxo.
É verbo.
É pecador,
mútuo.
Agora,
a laringe inflama.
É o tormento
que a alma canta.
Desafio ir embora
Demônio de outrora
O meu corpo
vê na necessidade do esporro
A liberdade que chora
Que alimenta esta matéria
inorgânica
iludida
e insatisfatória.
Que alimenta os cânticos
desta alma platônica.
Melancólica.
Próspera.