Pertenço ao vento e a noite
Sei-me raízes telúricas,
mas pés nunca cravados no chão
Das clarezas e transparências
conheço os sorrisos nos olhos das crianças,
o canto dos pássaros, a sabedoria das águas;
e o que voa em minha essência,
mas que por vezes
não ouso sussurrar nem mesmo a mim
Trago no verso, a harpa d'um silêncio
que só a mim cabe;
que não me oprime e me abraça;
que é próprio desse poema que me mora,
e que me tarda, enquanto a vida passa.