Versos mofados
É sempre tão bom
viajar...
Viajar com a caneta...
A flor da mão...
Por entre os dedos,
seguindo as linhas...
No papel
pardo ou branco...
Navegando em quimeras
nas ondas dos versos...
Versos que dedico a ti,
a mim, a muita gente...
Que dedico também em vão...
Vão-se! Tristezas...
Mágoas...
Feitos...
verso a verso
deixo-os todos lá
guardados...
na gaveta do tempo
por dias...
Depois
deixo-os livres,
livres para serem lidos,
analisados,
criticados,
não lidos.
Viajo...
esqueço-os.
tempos depois...
regresso e os encontro,
todos lá... Mofados...
Abandonados...
Penso:
será que ao menos,
foram vistos?
Mariluxa
Reeditado e transformado.