FALTA DE TI... 96
Esta ferida que me dilacera o peito,
É de teu último golpe, profundo, certeiro,
Abriu-me o coração de tal jeito,
Que para arrancar-te dele, bastou-me um leve trejeito...
E em direção oposta ao teu andar corri,
Estou livre, liberta de ti,
A ferida que ainda sangra, cauterizei,
Com as lágrimas quentes que por ti chorei...
Minhas pernas fracas, também são consequência,
Meus braços se agitam em minha demência,
Meus olhos se embaçam, nesta sequência,
Dos tristes sintomas da abstinência...
Mas, o sangue que escorre me traz à realidade,
Lava-me a alma tira-me da obscuridade,
Esta fraqueza que agora me invade,
É da falta que sinto de ti... É só de tristeza e saudade...