Da Pura Beleza
Quando discursa a tristeza e tudo fica menos falante
o silêncio é um instante...é um minuto de incerteza
certa é essa muda beleza que o poeta, delirante
vê, como se fosse um diamante de tão brilhante dureza.
Nesse silêncio falador (que ela usa para ser ouvida)
a falante é a triste vida, usando a voz do amor
para falar sobre essa dor...que a alma traz (emudecida)
e que, vez em quando, convida (para ouvi-la) o riso-ator.
Porém, a neutra poesia...que tudo vê e que tudo sente
o lacrimoso, o sorridente, a tristeza, a alegria...
equilibra essa energia e, assim, poeticamente
vê, junto com o triste presente, o que a mente não veria :
um passado que sorria; um futuro, sorrindo novamente...
vê, enfim (por sua lente), a pura beleza de cada dia.
12-10-2013