NOITES DE INVERNO E TARDES DE VENTO FRIO BATENDO NO ROSTO
Resolvi e;
por dias e noites e horas e horas
continuei recrudescendo e submergindo
em devaneios de fumaça
com a lenta velocidade das caminhadas noturnas
e o mármore negro dos seus olhos entretecendo
ilusões ópticas e volvendo à insensata realidade,
dança de feminina sensualidade entre chalaças
O contorno dos seios...
eram um torpor envolvente e lúbrico
entre as luzes e a dança e o verso mais lúdico
até que...
Nosso tempo mudou,
não é mais o mesmo há muito tempo
Não há por que perguntar-se como acontece,
as luzes e as cores
precipitando-se contra as pupilas
Cada tragada é um demônio invocado
e cada um deles traz consigo suas monstruosidades
e toda sua loucura pelas ruas e pelas calçadas
E era assim...
como furiosa corrente marinha,
olhos,
narizes,
bocas,
estereótipos
Arquétipos de um mundo careta
inundando o olhar
e os sentidos
por todos os lados
Gente
à procura de cheiro de
gente
Fui embora,
segui sozinho acompanhado de
Deus
Segui sozinho
rasgando o silêncio imundo
da madrugada
com passos de poeta perdido
entre dias e noites e horas e horas
Morpheus