Ociosidade literal.
Quatro paredes e uma lâmpada,
que sob o teto perdura florescente,
folgazona a incitar a sombra.
Diante do ócio relativo do momento,
o brilho incandescente das idéias,
a interpelar o inconsciente.
Quatro paredes e uma imagem,
cansada da balbúrdia silenciosa,
a chamejar da infeliz insônia.
Diante do ócio relativo do momento,
nos quatro cantos do quarto,
uma sombra a testemunhar o invento.
Quatro paredes e um prisioneiro,
sentenciado em seu cativeiro,
sob a magnitude da luz florescente,
a maldizer a sombra infame;
em pitoresca simetria.
Diante do ócio relativo do momento.
Quatro paredes e um pândego,
diante do ócio relativo do momento,
a estagnar a insônia,
no desenlace do texto.
Autor: Sandro Colibri – SP/Março/07