Razão e Sensibilidade

Por quê nos separamos tanto um dos outros meus irmãos?

Meu pai e minha mãe ainda discutem, brigam e choram dentro de minha alma;

Por que você nos abandonou quando precisávamos de respostas e explicações?

Por que tivemos que nascer, por que precisamos existir?

Os parques e as crianças foram abandonados eternamente.

Ele nos odiava, e foi embora;

Fingia nos amar, mas depois jogou nossos erros em nossa cara

E nunca mais fomos os mesmos;

Nós brincávamos tão alegremente no quintal,

porém hoje as recordações choram debaixo da árvore onde ríamos tanto.

Cada um partiu para sua própria ilha,

Cada um decidiu acreditar no que queria,

Cada um precisa aprender a suportar a si mesmo e aos outros?

Cada um de nós não é nada perante a beleza tão sagrada,

desconhecida e torturante do universo.

Onde nós deixamos nossos brinquedos e segredos

quando a inocência não usava maquiagens?

Onde aprendemos a fingir tão bem que conseguimos enganar a nós mesmos?

Quem nos ensinou a arte de odiar e de criar razões para duvidar ou amar?

Cães bebendo água de uma poça barrenta oriunda da chuva de ontem!

Que estranho é ver e sentir tudo isso como se tudo fizesse sentido!

Onde estão as estrelas no céu?

Onde estão nossos deuses?

Nossa solidão não suporta mais conviver com a humanidade.

Crescemos; uns se casam, todavia não nos reconhecemos mais;

Cada momento vivido é um divórcio lento que a vida nos legou;

Quem mais está morrendo nos hospitais?

Quem criou tantas desgraças, doenças e desigualdades?

As respostas funcionam mesmo?

Onde estão nossos amigos agora?

Onde estão nossos pais agora?

Essa floresta cheia de uivos, de ventos, de armadilhas, de surpresas,

Essa floresta repleta de feras, de auroras, de noites, de pessoas,

De venenos e loucuras que é a nossa alma.

Será que nos encontraremos algum dia minha linda família_ perdida nessa coisa desconhecida que chamamos de "existência"?

Será que a vida só consiste nisso que vemos, conquistamos, amamos,

aprendemos, fazemos, e pensamos?

Por que magoei e decepcionei tanto meus pais que me queriam ver como um troféu de excelente filho vitorioso?

Que outros atores estarão aqui e o que farão depois que meus olhos se apagarem?

Será que algum dia poderei me perdoar e perdoar a vida?

Fecharam as janelas,

As portas morreram,

Apagaram as luzes da casa,

Cavaram mais outro túmulo,

Alguém novamente foi despedido da vida,

Mas os pássaros e o sol continuam a sorrir sem saber o porquê.

Visitei o túmulo do que me tornaram e do penso que me tornei,

joguei flores mortas e exuberantes sobre meus sonhos iludidos,

e não há mais lágrimas dentro de mim em que eu possa buscar

algum sentimento verdadeiro, digno e fiel que talvez valha a pena vivenciar?!!

O Coração pétreo da Vida é um conto bélico e irreal de fadas.

Gilliard Alves
Enviado por Gilliard Alves em 12/10/2013
Reeditado em 12/10/2013
Código do texto: T4521949
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