ONDE MORAM OS SONHOS
Hoje e sempre fui criança.
E até quando não for mais criança
ainda haverei de ser criança.
E terei coração e alma de criança.
Sorriso de criança.
Inocência e pureza de criança.
Quero morar onde moram os sonhos.
E onde moram os sonhos
senão na casa da árvore?
Quem não quer um quintal
de folhas e nuvens?
E voar junto com as borboletas,
ninar beija-flores,
e se perfumar de jasmins?
Quem quer nadar comigo no lago das imaginações?
Quem quer cultivar nesse vaso de verbena uma pétala de fantasia?
Sou pássaro criança voando para além
das montanhas de cristal.
E brilho e rebrilho ao por do sol de cada dia.
Minhas alegrias se enfeitam de estrelas.
Sou amigo da lua de cobre
a brincar de esconde-esconde
por entre nuvens de algodão.
Sou menino travesso a colecionar vaga-lumes.
Amanheço a esperança orvalhada de prata e espanto.
Aprendi lições de afagar arco-íris.
E bem sei onde vivem as gratitudes
e onde mora o perdão.
Tudo pode uma criança.
Trago no bolso um poema de pétalas azuis.
E mil métricas de ternura no coração.