APRÈS TOI, ANYMORE
Vem,
De tempo em tempo
O tempo vem.
O tempo agro.
E a seu tempo
Ceifa-nos a seu gasto,
Rouba-nos
Do futuro o gosto,
Do passado, os desgostos...
Tira-nos tudo!
Principalmente as chances.
Em suspiro último exalado,
Olhar calmo ou angustiado,
Do tempo reclamamos.
O tempo,
Curto,
Inacabado...
Aquele que fiamos
Mas não arrematamos.
Desfaz-se a trama.
Entre os pontos desfeitos,
Fibras de saudade.
(para você, em março de 2008)