Boca proibida

Sua boca

já quase minha

esconde segredos:

ora encantadores,

ora assustadores,

ora acolhedores.

Afoito, fecho os olhos,

como se fosse uma cobra-cega

perdida entre tantos desejos.

Tento fugir

tento fingir

digo que sou demente,

você não acredita.

Meu coração vacila

minha alma oscila

vou pela contramão

você me busca

você me prende...

só com o olhar.

Digo que você não me entende

você estende os braços

envolve meu corpo

num abraço delirante.

Viro um gigante,

um menino,

um bicho acuado e vencido.

Só assim, me entrego,

ao fogo e ao perigo.

Pedro Cardoso DF
Enviado por Pedro Cardoso DF em 16/04/2007
Reeditado em 11/07/2021
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