Vinte anos

A estrela voou como um pássaro parado

não parava de brilhar no constante passado

tendo nela um cansaço antecipado do futuro

na saudade percorreu um caminho escuro

presa num vaso que se quebra em claridade

ela brilhava, pois encontrou a liberdade

os cacos eram tempos distantes

Impossível...

em quedas se uniam em instantes

Eu era o tal vaso partido

era aquela estrela parada

fragmentada e sem sentido

Eu era aquela calada

Numa cidade há vinte anos passava

a realidade estava numa sombra encostada

Já não lembro de meus dez anos

o sonho tomou minha vida

era movida por enganos

sou agora uma cantiga ouvida!

Amélia Queiroz
Enviado por Amélia Queiroz em 11/10/2013
Reeditado em 11/10/2013
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