Outra Misantropia

Tudo tão névoa que forçam-se os olhos semi-cegos

Vago sibilar aos ouvidos em melodias minguantes

Sussurros tortuosos e cambaleantes imagens

Que tão já começam graves e terminam aos gotejos.

Ai de todos aqueles que procuram esse caminho!

Pois aquele filete de luz nada mais que tapeia

Aos que, aqui, tentam e tentam escalar esse monte

Que em corpo esfumaçado não permite visões.

Sobretudo, esperança dos tolos, vã, vã...

Que mudaria teu destino em ósculos demorados

Frios, arrastados, sem vida

Em símbolo, nada mais que obrigações.

Ora, rejuvenesça! Faz de lição este infortúnio

Que limbo é pouco para tua alma

Escárnio nada mais que passa em cada célula

E se desfaz na parede do destino...