O CONTRADITÓRIO
O CONTRADITÓRIO
Tu és a ignorância, eu sou o saber
Eu quero a humildade e tu és ostentação
Tu és a força, eu sou movido pela razão
Eu sou imensa luz e tu temida escuridão.
Tu és a soberba, eu a simplicidade
Eu vivo o simplório e tu transpira vaidade
Tu gostas de poder, eu amo a igualdade
Eu gosto de nostalgia e tu não sentes saudade.
Tu és todo o pecado, eu sou apenas perdão
Eu ando em via certa e tu caminhas na contramão
Tu és a juventude, eu já sou um ancião
Eu trilho em retilíneo e tu aos tropeções.
Tu és a cegueira, eu sou a visão
Eu sempre gostei do trabalho e tu da vadiação
Tu és anjo Lucifer, eu um anjo de Sião
Eu pratico a justiça e tu a escravidão.
Tu és muito arrogante, eu sou só simpatia
Eu sou muito real e tu és pura fantasia
Tu és só pompa, eu labuto no dia-a-dia
Eu caminho na fé e tu praticas heresia.
Tu és crente, eu jamais serei ateu
Eu faço poesias e tu nunca as leu
Tu és riqueza, eu sou plebeu
Eu cativo a vida e tu o feneceu.
Tu és implicante, eu sou comedido
Eu gosto da liberdade, isso já tenho dito
Tu és um anjo mal, eu sou anjo bendito
Eu lido com as leis e tu praticas delitos.
Capanema, sexta-feira 13 de setembro de 2013.
Samuel Alencar da Silva