DE RETRO
de retro, vão espírito de piedade!
sai de mim com teu perdão e caridade...
eu luto por minha satisfação
em meio às pernas,
com meu olhos, com minha boca,
(com meu corpo).
de retro, com seu desamor!
minha vitória é sua loucura
transformada em paixão, e só,
nada pior que sua derrota
como qualquer render-se à comodidade...
que idade existe para além do sedentarismo?
nenhuma! de guerra, vira luto.
sem luta, sem aventura, sem arma!
sem risco, sem destino e carma...
até que um dia tudo é rejúbilo de conquistas.
à vista não tenho a certeza,
só sim que, dentro da vontade está a terra prometida...
nunca tida: se nela vamos pousar,
em segundos uma arremetida...
amiúde, tantas quanto bolas de gude
de retro, vão espírito da piedade!
do amor inconcluso, mas todo confuso...
da insegurança, da eterna resignação,
do profundo desentendimento
do falso, curto, etéreo perdão.
se não existe lastro,
nunca há de ser poderoso, vasto,
a fortuna de amor que nos quita...
infortúnio que se dá,
deixa cada manhã menos bonita.