Metáfora da Verdade
A folha borrada
A boca mais que calada
O grito suspenso
A faca cravada
A boca procurando o beijo que não colidiu
O desejo ruçando aos gritos
A fome apertando a alma
No prato que quebro
Alma rasgada
Pés descalços
Caminhos sem vão, sem ida, sem areias, sem pedras, sem vida
Flores muchas ao chão, sonhos ao escalão
Lutas perdidas, ventos corridos, sofridos, encandecidos, floridos e perdidos novamente
Cabelos que caem, que molham, que queimam, que adoçam a sutileza das palavras ásperas do ignorante
O verbo incompreendido, infeliz
Carro corrido, escaldado, cheio de gatos
Roda sem velocidade, chão sem saudade
A inconsciência das estrelas que quebra o brilho da luz, da luz
O desejo envaidecido do homem
Que busca, busca, busca
Que busca sua própria morte.