Mágoas Antigas da Minha Amada
Mágoas Antigas da Minha Amada
Minha amada traz no olhar
Mágoas antigas
Que ela deixa escorrer
Na sua tez lívida de luar
Deixa cair nas suas lágrimas
De orvalhos
Molhando seu lenço de seda
As pétalas da rosa encarnada
Seus ternos sentimentos
De tantas mágoas represadas
São mágoas antigas
Que ela canta nas suas tristes
Cantigas
Que ela escreve nos seus sonetos
E pisa nos seus flamencos
De Andaluzia
Canta nos seus blues
Nos seus fados
Magoas que molham sua lavoura
E dar de comer suas poesias
E aos seus pássaros
Alimenta o douro milharal
E deixa os olhos do espantalho
Rocio triste sentimental
O tordo atordoado
E os céus chovem de tristeza
Magoas que passam como um rio
Como são muitas
Continuam movendo os moinhos
Escrevendo na memória do vento
Soprando as velas ao relento
Rodopiando como redemoinhos
Murmurando nas peles dos cata -
Ventos
Perambulando por tantos caminhos
São mágoas que não passam nunca.
Luiz Alfredo - poeta