Em meio ao caos
A escrivaninha está um caos:
papéis coloridos, lápis apontados
trocam idéias, conflitam-se, amuam...
Enquanto isso a poesia aguarda
no divã da sala retangular.
Olha a janela, entorta a vírgula
busca a métrica, o tema e mergulha.
A noite saiu para beber estrelas
O dia foi adormecer o Sol
A poesia, submersa, engole rimas
Saciada, retorna à tona
Olhar sereno, corpo perfilado
observa o caos...
E ama o amor, busca a esperança
E rega a flor, libera a criança
compõe sonetos, colore a rima
e renasce ali,
em meio ao caos...