Reflexos de mim mesmo

Enamorei-me de mim mesmo.

Tal qual Narciso estive perto e longe

da minha pessoa ao mesmo tempo.

Perto porque via meu reflexo no lago,

longe porque estava numa viagem do ego

e não tendo prazer com a minha própria presença.

Enamorei-me de mim mesmo.

E tal qual o olhar da Medusa,

virei pedra ao me fitar no espelho.

Primeiro porque

estava preso à estática do passado

e segundo porque não era amor o que eu sentia.

Enamorei-me de mim mesmo.

Caí de fronte ao espelho que se estilhaçara.

Sete anos de azar, não tem jeito.

Percebi que só me amando

poderia amar ao próximo.

Mas que lástima! Não me amo.

Enamorei-me de mim mesmo...

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)
Enviado por Mauricio Duarte (Divyam Anuragi) em 09/10/2013
Reeditado em 09/10/2013
Código do texto: T4517981
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