Amanhecer em torvelinho

Amanhecer em torvelinho

Depois da noite em torvelinho

A mansidão se achega

Recebo-a com café amargo

Deparo-me com falsidades

Despeço-me dos farrapos

Não quero os diamantes

Sem antes passar pela fornalha

Não quero os elogios

Nem as teorias que me apavoram

Em plena luz do dia

Quero a minha história verídica

Integra nas partes doloridas

Reinventada tantas vezes

Porque eu mudo quando é necessario

Quando é precisa a urgência

Que me faz ser quem sou

Busco minhas raízes

Carrego a minha amargura

Ao lado desta ternura plena

Sou contrária aos silencios

Minha alma é minha poesia

e nela há descrença na fantasia

Não vou colocar mais passarinhos

Em meio a devastação que em mim existe

Prefiro ao longe,

vê-los volitantes, livres

A deixar seus cantos

tristes...

Cristhina Rangel.

Cristhina Rangel
Enviado por Cristhina Rangel em 09/10/2013
Código do texto: T4517818
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