Amanhecer em torvelinho
Amanhecer em torvelinho
Depois da noite em torvelinho
A mansidão se achega
Recebo-a com café amargo
Deparo-me com falsidades
Despeço-me dos farrapos
Não quero os diamantes
Sem antes passar pela fornalha
Não quero os elogios
Nem as teorias que me apavoram
Em plena luz do dia
Quero a minha história verídica
Integra nas partes doloridas
Reinventada tantas vezes
Porque eu mudo quando é necessario
Quando é precisa a urgência
Que me faz ser quem sou
Busco minhas raízes
Carrego a minha amargura
Ao lado desta ternura plena
Sou contrária aos silencios
Minha alma é minha poesia
e nela há descrença na fantasia
Não vou colocar mais passarinhos
Em meio a devastação que em mim existe
Prefiro ao longe,
vê-los volitantes, livres
A deixar seus cantos
tristes...
Cristhina Rangel.