O ARTÍFICE
Quero ser um escultor
de palavras
pegar o tronco virgem
e burilar versos
brandir o machado
e dos galhos tortos
entalhar crônicas
domar a madeira selvagem
mantê-la dócil
e construir romances
lixar as ranhuras e nós
e criar trovas
lustrar o lenho
e sonhar contos
passar o verniz
e dar acabamento
à inspiração