ONIPOTÊNCIA DO SINGELO
Olhar do menino brilhou
Não era nada
Não era muito
Era uma bola
Somente.
Um presente singelo
Folga das dores da rua
Do ainda pesado trabalho
Diário
Penitente.
Uma casa, uma mãe
E só.
Um lar para as noites
Um sol para os dias
Ou chuva
Ou frio...
Com o dia se vai um sonho
Um pedaço a menos de esperança
Pés descalços sobem o morro
Luzes ao longe
Sonolento.
A janela enche a alma
Estrelas alimentam sonhos
Amanhã será melhor
Carinho de mãe
Acalanto.
Sol forte
Sinal vermelho
Só uma estendida mão
Um troco
Um sorriso
Ecoam lados infinitos
Novos rumos para todos
Uma placa
Um sorriso
E vidro fechado para o mundo
E ele nem viu.