PRÓFUGO
(Sócrates Di lima)
Nos clarões de minha mente,
Burbulham enigmas...
Vitrais em borburinho, presente,
Não há presságios, nem lágrimas.
Estradas em cuvas acentuadas,
Em bifurcações estratégicas,
O destino faz minhas vontades encurraladas,
Nos portais que se abrem sem fonéticas.
Ah! O que dizer da saudade que cercam,
Os olhares lânguidos em pejos,
se as vontades prisioneiras se fecham,
No calabouço fecundo dos desejos.
Ai que no ventre dos sentimentos,
Em paredes pintadas em tintas de olho,
Brotam anseios de divagantes pensamentos,
Nutridos na saudades que em meu peito tolho.
Ponho-me a navegar,
Pelos mares profundos da alma minha,
Submerso, mergulho no meu pensar,
E afogo em profundezas o que me desalinha.
Andante das minhas estradas,
Errante nos meus sentimentos,
Desertor de mim nas tristezas infiltrantes,
Prófugo, reverto meus pensamentos.
E se cavalgo no dorso de minhas vontades,
seguro das rédeas de minhas direções,
Nas asas destas mesmas saudades,
Penetro no tempo por seus grotões.
Viajante de mim....
Meu corpo em leveza se solta,
Com olhos fechados sigo o fim,
Da esperança de amar que me faz prófugo.