AO VIOLÃO
Amarrado entre as paredes,
como na fúnebre maneira de viver.
Olvido-te, renego-te, camuflo-te...
Pobre violão, eu te arranho o dó: a clave dos inertes.
Poderia contar-te meus segredos, meus temores...
E nas melodias me deitaria nas nuvens,
escutando a serena brisa, que asseia minha alma.
Poderia expressar minha consternação com tua voz grave,
ou minha alacridade com teu canto agudo.
Tua música rutila no céu negro!
Sobre todo o primor, ainda não ressoo tuas cordas,
talvez a vida me dê uma chance: pretexto dos langorosos!
A vida é vivida, e não uma sina querida que afina minha rotina.
É libertador engraxar os sapatos antes de palmilhar na lama...