O nome da paz é pão!

De repente o outono se fez voz rouca nas ruas de novo

E gritou aos ouvidos do mouco:

Pois o nome da paz é pão!

E as praças e postes falaram de novo do alvorecer vindouro

Que nos iluminaria:

Pois o nome da paz é pão!

E ecoaram distante num vento de vida primaveril

Os sons da novidade:

Pois o nome da paz é pão!

Mas nem todos os ecos se repetiram igualmente

E negando a verdade preferiram a surdez:

Já que o nome da paz é pão!

E negando a comunhão que se fazia o cassetete se firmou

Em ferramenta de negociação:

Já que o nome da paz é pão!

E o sangue novamente borbulhou de faces ternas

Retratos do futuro que se negava:

Já que o nome da paz é pão!

E os ossos se quebraram novamente sob as patas cavalares

Do poder despótico:

Já que o nome da paz é pão!

E os caminhos se tingiram novamente de cinzento

Num nublar de sóis e estrelas do amanhã:

Já que o nome da paz é pão!

Mas embora a força bruta esteja à mesa

E seja o que se opõe ao raio novo:

Pois o nome da paz é pão!

O povo e o novo pelas ruas continuam a caminhar

Calçando a estrada com as pedras que lhes atiram:

Pois o nome da paz é pão!

E continua o povo a lançar as sementes pelas praças

A enfrentar verdugos e plantar liberdades:

Pois o nome da paz é pão!