EU ACREDITEI!

EU ACREDITEI!

“Me-deixa!”

Na palavra falada errada caiu a ficha,

Eu não quis acreditar e defendi.

Todos falaram que eu seria apenas um joguete,

Não quis acreditar, pois nela eu acreditei.

Parado olhando o celular, eu me sinto cansado.

Cansado de acreditar no homo sapiens,

Lutei por algo que acreditei,

Desafiei meus medos profundos,

Medos que eram pecados mortais,

Medos incrustados a cintadas e humilhações

E por quê?

Estou cansado de estar aqui.

De ser usado como degrau,

De agradar e me apagar por quê?

Desta vez todos me falaram,

Todos me alertaram,

Não quis acreditar, pois nela eu acreditei.

A esperança não quer cicatrizar,

O celular toca a taquicardia começa,

O interfone toca um suor escorre,

Acordo gritando o seu nome ao nada,

A dor é tão real que acho que não vai passar.

Desta vez estou só com a minha dor,

Estou só com o meu sofrimento,

Não quero um corpo para afogar minha magoa,

Não quero iludir alguém para esquecer alguém.

Todos avisaram que a fruta podre contamina,

Contamina todo o cesto, pois ela não mudara.

Apenas eu não acreditei, pois nela eu acreditei.

Todas as vezes que ela precisou ali estive,

Enxuguei todas as suas lagrimas por quais motivos fossem,

Abracei-a nos seus momentos de medo,

Escutei-a nos seus momentos de revolta

E segurei a sua mão quando nada podia fazer.

Mas todos me avisaram que era apenas um peão,

Que seria descartado ao perder a função,

Mas não quis crer pós apenas nela acreditava.

Ela me cativava com o seu sorriso,

Sorriso que parecia ter luz própria,

Como um relâmpago numa noite escura.

Agora restou tentar cicatrizar esta esperança,

Amputar um sentimento que dói,

Que corroí mais que um câncer.

Seu rosto me assombra em meus sonhos,

Que ao acordar viram pesadelos por não ter você ao meu lado.

Agora uma mensagem coletiva no celular me tira a sanidade,

Abre uma ferida que acho que estava cicatrizada

E tudo volta a doer como ferro em brasa na alma.

Quando isso ira sarar de vez?

Quando ficarei no silencio e não me lembrarei de você?

Quero que o ódio me invada e assim eu expulsarei o que sinto por você,

Só assim talvez eu possa voltar a dormir,

Pois hoje ainda as amarras todas estão em suas mãos.

Liberte-me, por favor,

Realmente me deixe.

Ou prove a todos que eles estavam errados e eu certo em acreditar em você.

André Zanarella 03-10-2013

André Zanarella
Enviado por André Zanarella em 05/10/2013
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