Amo-te!
Como o rio que fecunda a terra
Encharca tuas entranhas
Revolve teus minerais e te devolve vida,
Amo-te!
Como o vento que empurra as aves
Ao encontro da liberdade
E refresca tuas tardes,
Amo-te!
Como o tempo sem conta da história
Que cria idas e vindas
Permitindo o redescobrir nos reencontros,
Amo-te!
Como mulher, mãe e filhos
Com os quais divido minha existência
E assisto luares e solares,
Amo-te!
Amo-te!
Como o sangue ama nossa carne
E a rega cotidianamente
No milagre do eterno.
Amo-te!
Como o sol ama a lua
E a persegue em brilhos e calores
Num etéreo dançar.
Amo-te!
Como a neve ama o cume da montanha
E sobre ela derrama-se
Fazendo em brotos a superfície.
Amo-te!
Como o início ama o fim de cada saga
E espera-o por toda trama
Como quem deseja o último beijo.