Do Tempo
Esse tempo só é contado pelo tempo que conta a saudade;
e, hoje, ele tem a idade do tempo que ficou acordado,
sonhando com o tempo passado, onde dorme a felicidade...
pois, seu tempo, na verdade, é de contar com a insônia ao lado.
O tempo, que não dorme (jamais) e que vive num eterno presente,
nesse tempo, fica doente da doença que a saudade traz;
e, somente o que o satisfaz, é sonhar com um tempo ausente,
onde acorde, novamente, o tempo dormente da sua paz.
Esse tempo é prisioneiro de um tempo em que, livre, corria...
e sua maior alegria é ter tempo de não ser passageiro
quando volta ao tempo festeiro, onde a festa da poesia
festejava, a cada dia, um novo tempo (o dia inteiro)...
e, assim, é o tempo primeiro, na grande fila da alforria...
como tempo da fantasia...como tempo do amor verdadeiro.
03-10-2013