Mulher de cera
Era fria e feia a tarde
Era forte e franca a mulher
Mulher de cera no outono
Sem brilho na face
Sem cores no olhar
Era fina e fraca a garoa
Era fúnebre e fútil a mulher
Mulher de cera no outono
Sem brio na forma
Sem nada no olhar
Era findo e falso o domingo
Era fantasma e ferina a mulher
Mulher de cera no outono
Sem encanto nos lábios
Sem futuro no olhar
Era feitiço e fero o desejo
Era férvida e fiel a mulher
Mulher de cera chorando no outono
Sua fortaleza ruindo sem dono
De sua fraquezas
Só sabe a mulher.
Alaide Santos
Enviado por Alaide Santos em 25/08/2005
Reeditado em 26/08/2005
Código do texto: T45099