BAMBU
BAMBU
O vento entra no bambuzal,
Faz bambu bater em bambu,
São os sacis querendo nascer.
No bambuzal há uma ilha,
Cercada de bambu verde,
No chão uma cama de folhas,
Folhas amarelas cor do sol.
Um dia invadi o reino do bambu,
Fui ao centro com a princesa,
Os bambus eram soldados,
Gigantes a nos observar.
O medo na base do estomago,
A adrenalina circulando o corpo.
O contato dos lábios nessa ilha...
Seriam os sacis que aplaudiam?
Ou seria o vento que soprava?
A imaginação libera mais adrenalina,
Suores na palma das mãos,
Gemidos e taquicardia.
Os bambus que nos cerca lança sombras,
Lançam aspectos não vistos,
Pelos com outros brilhos,
Suores como pequenos diamantes.
Na ilha de bambus eram dois
E por um momento fomos um.
Um gemido numa sincronia louca,
Uma pele sem limites e sem barreiras
Ou melhor, a única barreira era látex,
Detalhe perdido em tanta adrenalina.
Juntos a explosão de endorfinas,
Sorrisos nos rostos e os sons dos sacis,
Seriam realmente sacis a nascerem?
Ou seria apenas o vento a soprar?
Fugimos da ilha correndo.
Sorriso de Saci-Pererê no rosto
E ao se afastar dos bambus uma doce lembrança.
André Zanarella 03-10-2012