Teus olhos

Num olhar teu,

Pude sentir tua língua à sugar-me o seio com volúpia,

E o queimor, que me sobe das entranhas,

É reflexo do calor vindo dos teus olhos.

Chego a sentir tuas mãos, apresadas, passeando pelo meu corpo,

Aflito por teus carinhos.

Já sinto a minha boca, buscando a tua, na guerra louca de

nossas línguas.

Eu sei que sentes meu cheiro e sabes do meu cio.

Posso ver nos teus olhos, que sonhas comigo.

Quanto a mim, és quimera...

Você é um oásis proibido.

Só o meu corpo parece não saber.

Mergulhado que está, nesse delírio de desejo.

Meu colo fica em brasa, só em imaginar-me nua em tuas mãos...

Um fogo me consome, e me vejo deitada

Contra o peso do teu corpo, a aprisionar-me a vontade.

Se a razão imperasse, certamente, fugiria desse desejo insano.

Que toma o meu ser por inteiro,

E me faz delirar, num simples toque dos teus olhos.

Quero fugir, para longe do pecado que atende pelo nome que é teu...

Não escutar meu corpo, que clama por ti.

Mas quero tuas mãos, quero sentir você em mim.

Teu cheiro, invade minhas narinas e me inflama o sangue.

E travo uma guerra, entre o tesão e a consequência...

Me vejo sem saída!

Quero teu mergulho em meu corpo.

Como aventureiro desbravando uma selva,

Com a mesma fome de descoberta...

Com a libido à flor da pele.

Sentir a tua boca provando meu mel.

Mel que escorre das larvas mornas do meu ventre.

Vulcão adormecido,

Que você fez despertar com um simples olhar!

Meu sonho?

Afogar-me em teus beijos...

Eu preciso provar o gosto da tua boca,

Se não, vou enlouquecer.

Porém a razão, me leva a enxergar, que esse desejo é loucura.

E na noite escura, faço amor comigo,

Pensando em teu corpo, que inflama o meu,

Com um simples olhar!

Observadora
Enviado por Observadora em 25/08/2005
Reeditado em 25/08/2006
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