Teus olhos
Num olhar teu,
Pude sentir tua língua à sugar-me o seio com volúpia,
E o queimor, que me sobe das entranhas,
É reflexo do calor vindo dos teus olhos.
Chego a sentir tuas mãos, apresadas, passeando pelo meu corpo,
Aflito por teus carinhos.
Já sinto a minha boca, buscando a tua, na guerra louca de
nossas línguas.
Eu sei que sentes meu cheiro e sabes do meu cio.
Posso ver nos teus olhos, que sonhas comigo.
Quanto a mim, és quimera...
Você é um oásis proibido.
Só o meu corpo parece não saber.
Mergulhado que está, nesse delírio de desejo.
Meu colo fica em brasa, só em imaginar-me nua em tuas mãos...
Um fogo me consome, e me vejo deitada
Contra o peso do teu corpo, a aprisionar-me a vontade.
Se a razão imperasse, certamente, fugiria desse desejo insano.
Que toma o meu ser por inteiro,
E me faz delirar, num simples toque dos teus olhos.
Quero fugir, para longe do pecado que atende pelo nome que é teu...
Não escutar meu corpo, que clama por ti.
Mas quero tuas mãos, quero sentir você em mim.
Teu cheiro, invade minhas narinas e me inflama o sangue.
E travo uma guerra, entre o tesão e a consequência...
Me vejo sem saída!
Quero teu mergulho em meu corpo.
Como aventureiro desbravando uma selva,
Com a mesma fome de descoberta...
Com a libido à flor da pele.
Sentir a tua boca provando meu mel.
Mel que escorre das larvas mornas do meu ventre.
Vulcão adormecido,
Que você fez despertar com um simples olhar!
Meu sonho?
Afogar-me em teus beijos...
Eu preciso provar o gosto da tua boca,
Se não, vou enlouquecer.
Porém a razão, me leva a enxergar, que esse desejo é loucura.
E na noite escura, faço amor comigo,
Pensando em teu corpo, que inflama o meu,
Com um simples olhar!