ás de ouros invertido

um apelo: vamos parar de barrar

recomeços, vamos parar de deixar

de viver só pra acumular

a porcaria que chamamos de dinheiro;

na caderneta, é tudo perdas e danos,

anotamos tudo, controlamos tudo,

e quando o avesso nos pega de jeito,

urramos de raiva. pior: patologizamos

a vida longe da (do?) caixa.

todo mundo precisa de redenção,

mas nesse mundo onde tudo se compra -

até o coração – tudo fica mundano;

desse jeito, vamos acabar em perdição.

preocupados demais com o que alcançamos,

não percebemos mais o que nos quer alcançar.

o tempo passa e tudo fica no mesmo lugar.

é nossa culpa que a vida segue dorida;

ela se fecha e fica cada vez mais arisca

de tanto nos ver passar.