Calmas penadas

a lixeira está fechada,

meu amigo

e o riso, fechado

os registros, trancados

e a flor, meu amigo,

está em sua ilha

a flor é um sonho

a flor é um trauma:

uma flor sem solução em seu cubo de cedro

e a vida

é apenas transeuntes

um homem seu remorso e sua cela

o homem está selado,

meu amigo

e na mansão

resta menos que um poeta aceso

acalentando suas taras morais

na mansão, meu amigo,

resta menos que nada

na mansão resta eu e você

e a as calmas penadas

a vida não se resolve

a vida e o revólver

não choremos mais, meu amigo

a vida é municipal

e a grande dama encontra-se segura

e não se desfez.

Welliton Oliveira
Enviado por Welliton Oliveira em 02/10/2013
Código do texto: T4508589
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