Cansaço poético
Quando se cansa o poeta
Descansa a caneta, amansa a letra
Só linha reta é o que resta
Enferruja o pensar
De lambuja o soar
De mais nada interessa
Vem a luta na labuta
Corre, cai, lança, força bruta
Cansa, pára, come, continua
Desanima, chora, levanta e luta
Luta... Sorri, beija, perde ou ganha
E tanta coisa que passa
E nada do poeta registrar
Parece que aposenta
Quando lenta e suave
Sua caneta volta a sussurrar
Mesmo que raramente
o poeta contente venha a trabalhar
não deixa nunca seu legado
Mesmo até parado, desanimado
Poeta é poeta por toda vida
Em todo lugar