ANSIEDADE
Querendo atropelar o tempo!
Um súbito interestelar desejo.
Uma infinita ânsia sem ensejo,
Nesse agarrar desesperado ao vento,
Um querer de se antecipar a revelia.
Um querer de se devorar antes da fome.
Sem sede, um encharcar-se infame,
Numa angustia colorida de euforia.
Um olhar cansado que não dorme.
Um sorrir de palavras embaçado.
Um cantar pelas lágrimas calado.
Uma alma que o corpo já não pode.
Quão confusa é a luz dessa “cidade”
Que me alegra de uma linda agonia,
O tempo ensaia um novo ritmo e fantasia;
No torturante esperar da vaidade.