BICHO ESTRANHO
Sair de cena, quase sempre é baixo astral.
Vida pequena não permite brincadeira...
Nunca se acha terra firme nessa esteira.
Tudo é tão sério que descamba pro irreal.
Busco um momento pra chamar de ideal.
Nada eu encontro, só palavra corriqueira...
No mesmo nada vi passar a vida inteira.
Quanto mais busco, mais o quadro é surreal.
Creio que engano rege o plano que teci.
Soa até estranho o pipilar de um bem-te-vi,
E na voragem dessa coisa eu me alucino.
Muito me custa não cair em desatino.
Um bicho estranho até me vejo e tão normal
Que se resolve ao engolir antigripal...