BICHO ESTRANHO

Sair de cena, quase sempre é baixo astral.

Vida pequena não permite brincadeira...

Nunca se acha terra firme nessa esteira.

Tudo é tão sério que descamba pro irreal.

Busco um momento pra chamar de ideal.

Nada eu encontro, só palavra corriqueira...

No mesmo nada vi passar a vida inteira.

Quanto mais busco, mais o quadro é surreal.

Creio que engano rege o plano que teci.

Soa até estranho o pipilar de um bem-te-vi,

E na voragem dessa coisa eu me alucino.

Muito me custa não cair em desatino.

Um bicho estranho até me vejo e tão normal

Que se resolve ao engolir antigripal...

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 01/10/2013
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