Da Insônia - III
Fecho os olhos, porém, não adormeço...
continua aberto, o pensamento...
e, nele, foge livre feito o vento,
o sono (que quer mudar de endereço).
Persigo-o com esse meu passo lento;
calçando o tempo (que calça um gesso)...
e, enquanto meu cansaço, ofereço,
ele não se cansa de estar atento.
Então, do distante sono, me esqueço...
esquecido, quase já não o lamento;
e, nesse meu humilde esquecimento,
(que é a busca do sono pelo avesso)
ele, enfim, entende que o mereço...
é o seu preço!...Durmo nesse momento!
29-09-2013