Desbravando no peito e na raça

Desbravando no peito e na raça

A primeira coisa que desbrava o homem

É a si mesmo.

Lá no fundo de sua alma,

No íntimo de seu ser.

É ali, naquele recôndito inabitável

Que nascem sonhos, aspirações, desejos...

Imagens futuras

Ali são instaladas.

E como absurdo se diferente fosse

Pois ao fracasso estaria já marcado

O ser que dentro de si

Não tivesse a certeza da vitória.

Vitória que se processa

De forma diferente em cada um

Podendo uma pequena coisa ser

Ou mesmo grande.

Não importa!

Importa sim

O sentimento desbravador

Daquele que rompe as barreiras de si mesmo

Para caminhar no desconhecido.

Aí então chega o momento

Dos primeiros passos dá

De sair de si mesmo

Para avançar.

O que foi pensado interiormente

Lança mão do espaço

Para invadir o terreno do outro

Do lugar alheio.

Medo? Dá sim!

Receio? Tem sim!

Luta? Claro que há!

Conquista? Não há sabor melhor!

O medo é algo inerente ao ser humano

sentimos mesmo sem querer

Como proteção

Do que virá acontecer.

Mas o vencemos

Por mais forte ser o objetivo

Por ter um ideal

Que torna-se o foco.

Já o receio bate à porta

De um coração temeroso

Que combate o sentimento

De um ponto nevrálgico.

E a luta temos sempre

Desde o início da vida

É ela que torna o momento da glória

Mais ainda saboroso.

É lutando pelos percalços da vida

É desbranvando cada caminho

Retirando cada pedra

Que nos transformamos interiormente.

É a luta o principal acordo

De um ser com ele mesmo

Combinadas as armas

No início do processo.

E travada luta consigo,

Com o outro,

Com o lugar,

Vem então a vitória.

Vitória conquistada

Com lágrima, dor, suor, saudade

Coisas de agora ou de outrora

Com a certeza de um porvir.

Desbrava, ser!

Saia da inércia provocada pela inaptidão

De sonhar,

De viver intensamente o que se deseja.

Fácil é!

Muito fácil mesmo.

Do seu lugar não sair,

Em seu canto permanecer.

Mas o futuro é incerto

A dor nos alcança onde estivermos

E a luta diária

Faz o homem andar.

Desbrava homem, mulher, criança

Se és humano, desbrava!

Não te contentes

Com o prato que lhes é servido.

Busca a tua própria louça

Do jeito que queres

Do jeito que gostas

Do jeito que possas.

E sobre as escadas

Começando pelos teus degraus

Até chegar aos outros

Que a sociedade te impõe.

E, de degrau em degrau,

Sempre subindo, nem que seja um.

Por vezes algum descendo ou parando.

Chegarás ao topo!

E lá chegando

Olharás enfim a todos os lados

E verás que há outros degraus

De escadas que nunca tinhas percebido existirem.

Francilangela Clarindo

Francilangela Clarindo
Enviado por Francilangela Clarindo em 29/09/2013
Código do texto: T4503787
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