SOBRE SONHOS E RIOS

Olhos que espreitam a rua estreita,

mente que se cansa, mas não se deita,

amor que emana da amarga suspeita

de um vil desamar.

Sorriso alado que amarelou tanto,

desencantou-se de tanto esperar,

acorrentou seu canto aos elos da tristeza,

quando a incerteza deu de lhe afagar.

Palco de tédio e dor, jardim das ilusões,

aplausos, vaias, escassez de amor,

pecados sem perdão.

Rio que secou antes de desaguar

sem conhecer o mar.

Palavras secas ditas por dizer,

cortantes, empunhadas por paixões febris

tentando a todo tempo desenhar o Sol,

sob intensa chuva com uma pedra de giz.

Saulo Campos - Itabira MG

Saulo Campos
Enviado por Saulo Campos em 28/09/2013
Código do texto: T4502262
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