Ultimato

Quero ser

muitas coisas, ir além

– não quero ser apenas isso–

Esposa, mãe, companheira;

Quero criar meus mundos...

Ultrapassar barreiras;

Conquistar (viver) tudo que me convêm.

Sei que escolhas custam caro

Implicam renúncias e não raro

Deixam marcas no corpo, na alma;

Mas não tenho medo, o que eu faço agora

Já está em mim impregnado;

Não posso fugir dos meus sonhos.

Preciso sair do exílio de mim mesma,

Fugir das aparências que mascaram

A dor que trago presa em meu peito,

Soltar-me das amarras do marasmo

Que me prendem ao cotidiano desfeito

Enfrentado com ironia e sarcasmo;

Sinto que estou renascendo

Já consigo nadar até a outra margem,

Logo deixarei tudo para trás,

E num ato de ousadia e coragem

Assumo de vez minha identidade.

Será meu grito de liberdade.

Creio que não será hoje (agora),

Talvez (nem) amanhã

Mas será qualquer manhã

– antes que seja tarde –

E a manhã se transforme em noite

Golpeando minhas certezas com açoites.

Ângela M Rodrigues O P Gurgel
Enviado por Ângela M Rodrigues O P Gurgel em 15/04/2007
Reeditado em 15/04/2007
Código do texto: T450207
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