Voar de olhos fechados

Não quero ser teu dono

Nem escravizar o sentimento que é livre

Quero deixar você voar

Bater as suas asas, assistir ao mundo

Beber o leite do prazer

Se embebedar e lúcida voltar pra mim

Deixar esse sentimento correr feito um rio

Até desaguar no mar das palavras eu te amo

Leve como uma pomba, forte como um gavião

Mostrar que tudo que se diz e sente com verdade

Acontece com a graça e naturalidade de um anjo nu

Eu apenas quero que guarde na retina

Aquele brilho do primeiro encontro, e compare

Com o castanho dos nossos olhos hoje

E veja o quanto vimos, vivemos, gozamos e choramos

Querendo sempre voltar pro colo um do outro

Pra voarmos juntos, livres, com os pecados que suportarmos

E adorarmos a santidade do amor que nos abençoa

Tendo a fé que tudo na vida é passageiro

Menos o amor que nasce livre, cresce aventureiro, e envelhece companheiro.