DISTÂNCIA

Vem a noite e desbota as cores
da minha rua. Logo, seremos eu e a lua
a te lembrar em risos e sabores.

Minha vida tem sido assim:
de doces presenças e extensas
distâncias que não têm fim...

Por vezes me exponho ao que espelho
para ver teu rosto. Assim exposto,
sou saudade: nem moço, nem velho.

Quando, pois, a noite se renova
na minha rua, te imagino nua,
linda, ainda que lua nova.

Mas quando a noite é realidade,
fico tristeza, não passo de presa
desta distância, pura maldade.

 
Nelson Eduardo Klafke
Enviado por Nelson Eduardo Klafke em 27/09/2013
Reeditado em 25/03/2016
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