Da Doçura

"Doce, que seja doce".

Caio, do que você falava, Caio?

Que poderá ser doce nesta vida

Que em amarguras é tão embebida?

Passo os dias roboticamente

Nos cantos, jogado

Caçando encanto

Caçando certezas

Frustrado

Como rato que caça

Esfomeado

Migalhas que caem das mesas.

Cadê a candura? Só vejo negligência

Concupiscência. Carnes latejando.

Urgência. Cadê a ternura?

Aquela fofura que cura?

E que, sim, Caio

Seja doce

Tão doce quanto a sorte

De ser ceifado pela foice

Da etérea Princesa,

A Morte.

Rafael P Abreu
Enviado por Rafael P Abreu em 26/09/2013
Código do texto: T4499869
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