segunda lua
meu corpo flamba
e incha manso
expandindo-se clássico
nas teclas d’um piano
pousando em um, dois,
três e outros segundos
de crepúsculo -
púrpura noturna -
emprenhado de céu
que cobre pecados
e goteja notas
d’uma corda
vibrada por guerreiro
que deflora túmulos
forrados de humos
e resinas densas
d’outros tempos
vibra-me
[arranca-me um balanço d’alma
qu'inda ontem não
havia lauda nem pauta
...sacode-me
em sonatas de
partes tuas]